quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O que acontece numa psicoterapia?

Tive um professor que nos ensinava psicoterapia através de uma analogia interessante.Para fins didáticos, dividia o ser humano em sete partes.

      1.     A maneira da pessoa andar, falar, agir – aquilo que podemos observar.

2.     Amores, ódios, desamores - o lado afetivo.

      3.       Como a pessoa se percebe, como percebe o mundo e como percebe as pessoas. –  as         
 sensações e percepções.

      4.       O mundo imaginário, onde entram os sonhos, os desejos,  fantasias -  que fornecem a    brecha para se penetrar nas outras áreas desta pessoa  –  seu mundo da fantasia.

5.       Aspecto intelectual, ideológico, religioso e também os preconceitos. – o funcionamento cognitivo.

6.       Como a pessoa se relaciona com ela mesma e com os outros.  Do indivíduo Só, para o indivíduo Sócio - a sociabilidade.

7.       E onde isto tudo acontece e se manifesta que é  - no corpo físico.

Como os processos psicológicos se manifestam no corpo através das psicossomatizações, observamos tais manifestações psíquicas na parte orgânica: dores de cabeça, problemas digestivos, respiratórios, circulatórios, de pele... e muitos outros.

Então,
Imaginemos  cada uma destas sete partes sendo os mecanismos que põem uma carruagem para  funcionar, e que o cocheiro é a consciência da pessoa.


A carruagem – a sua própria vida  - está na estrada ou fora dela.
Na maior parte das vezes o cocheiro está sentado no fundo da carruagem , com medo de assumir as rédeas, ou confuso, sem entender o que está acontecendo com a carruagem.


O psicoterapeuta avalia o estado da carruagem e vai se sentar ao lado do cocheiro, buscando  uma maneira da pessoa assumir o seu lugar. Depois de avaliar ele  mostra ao cocheiro que ele certamente pode e tem força para dirigir a carruagem- sua -vida.  Normalmente isto está esquecido.


O trabalho do terapeuta é levar o cocheiro a perceber cada detalhe da carruagem , saber como ela funciona,  e saber olhar a estrada.
Aprender a distinguir em que momentos há subidas, em que momento há descidas, e que ele pode dirigir a sua carruagem da maneira que bem entender, ter condições inclusive, de sair fora  da estrada, se é isso que deseja.


Se ele está em condições de assumir esse caminho, fora da estrada, se tem estrutura emocional para isso, ele está certo. Ninguém precisa ser igual a todos.


Muitas vezes – não estamos dizendo sempre -  o problema que a pessoa apresenta é apenas uma forma que encontrou para reagir às normas do sistema, à família, ao grupo social a que pertence.
 Não é um trabalho para o psicólogo adequar a pessoa ao sistema. E sim tornar o sujeito capaz de se melhorar,  e  por conseqüência, melhorar o mundo.


O apoio de drogas tais como tranqüilizantes, calmantes, excitantes, são apoio que  devem ser usados com muito critério e na hora certa.


 Isto porque as épocas de crise que a pessoa  enfrenta são talvez as fases mais importantes de seu processo terapêutico, situação em que ele poderá avaliar o teor de suas fantasias, delirar, botar tudo para fora. Os remédios fazem estancar ou esconder a crise.


Aquilo que não se resolve, aparece novamente depois.





Sempre/ sempre lembramos – que cada caso é um caso - e uma pessoa  é única na maneira de responder ao seu mundo externo e interno. Isto deixa para a psicoterapia  uma enorme margem de criatividade benéfica embasada   nos conhecimentos do profissional.
tereza, psicóloga


















Nenhum comentário:

Postar um comentário