Tive um professor que nos ensinava psicoterapia através de uma analogia interessante.Para fins didáticos, dividia o ser humano em sete partes.
1. A maneira da pessoa andar, falar, agir – aquilo que podemos observar.
2. Amores, ódios, desamores - o lado afetivo.
3. Como a pessoa se percebe, como percebe o mundo e como percebe as pessoas. – as
sensações e percepções.
4. O mundo imaginário, onde entram os sonhos, os desejos, fantasias - que fornecem a brecha para se penetrar nas outras áreas desta pessoa – seu mundo da fantasia.
5. Aspecto intelectual, ideológico, religioso e também os preconceitos. – o funcionamento cognitivo.
6. Como a pessoa se relaciona com ela mesma e com os outros. Do indivíduo Só, para o indivíduo Sócio - a sociabilidade.
7. E onde isto tudo acontece e se manifesta que é - no corpo físico.
Como os processos psicológicos se manifestam no corpo através das psicossomatizações, observamos tais manifestações psíquicas na parte orgânica: dores de cabeça, problemas digestivos, respiratórios, circulatórios, de pele... e muitos outros.
Então,
Imaginemos cada uma destas sete partes sendo os mecanismos que põem uma carruagem para funcionar, e que o cocheiro é a consciência da pessoa.
A carruagem – a sua própria vida - está na estrada ou fora dela.
Na maior parte das vezes o cocheiro está sentado no fundo da carruagem , com medo de assumir as rédeas, ou confuso, sem entender o que está acontecendo com a carruagem.O psicoterapeuta avalia o estado da carruagem e vai se sentar ao lado do cocheiro, buscando uma maneira da pessoa assumir o seu lugar. Depois de avaliar ele mostra ao cocheiro que ele certamente pode e tem força para dirigir a carruagem- sua -vida. Normalmente isto está esquecido.
O trabalho do terapeuta é levar o cocheiro a perceber cada detalhe da carruagem , saber como ela funciona, e saber olhar a estrada.
Aprender a distinguir em que momentos há subidas, em que momento há descidas, e que ele pode dirigir a sua carruagem da maneira que bem entender, ter condições inclusive, de sair fora da estrada, se é isso que deseja.
Se ele está em condições de assumir esse caminho, fora da estrada, se tem estrutura emocional para isso, ele está certo. Ninguém precisa ser igual a todos.
Muitas vezes – não estamos dizendo sempre - o problema que a pessoa apresenta é apenas uma forma que encontrou para reagir às normas do sistema, à família, ao grupo social a que pertence.
Não é um trabalho para o psicólogo adequar a pessoa ao sistema. E sim tornar o sujeito capaz de se melhorar, e por conseqüência, melhorar o mundo.O apoio de drogas tais como tranqüilizantes, calmantes, excitantes, são apoio que devem ser usados com muito critério e na hora certa.
Isto porque as épocas de crise que a pessoa enfrenta são talvez as fases mais importantes de seu processo terapêutico, situação em que ele poderá avaliar o teor de suas fantasias, delirar, botar tudo para fora. Os remédios fazem estancar ou esconder a crise.
Aquilo que não se resolve, aparece novamente depois.
Sempre/ sempre lembramos – que cada caso é um caso - e uma pessoa é única na maneira de responder ao seu mundo externo e interno. Isto deixa para a psicoterapia uma enorme margem de criatividade benéfica embasada nos conhecimentos do profissional.
tereza, psicóloga
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