GRIFAR
Convivi com
livros mesmo antes de saber ler.
Alguém lia
prá mim passando o dedo.
Nada mais
natural do que livro vir a ser uma excelente fonte de meus
interesses até hoje.
Passei
então a grifar livros.
Era uma
forma de promessa de retorno às falas que me tocavam, ou por coincidir com meu
jeito e meu pensar, ou mesmo tendo aquele gosto de ‘ah! Foi escrito para mim!’
ou ‘então é assim que funciona!’
Grifos
eram uma permissão para aquilo entrar em mim, ser minha parte em algum
lugar e me fazer melhor, mais sábia na forma de ver, sentir e estar no mundo.
E, – se tão
bom para mim, porque não para outros?
Isto pensado,
divido agora com quem assim o quiser estas linhas preciosas.
Pena
que o passado ficou com muitas e não as tenho aqui.
Boa
degustação !
Tereza
Nenhum comentário:
Postar um comentário