sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Você é pessoa boa? Doadora? Ás vezes egoísta?



Vejamos o que Khrisnamurti, este excelente  pensador -  nos tem a alertar sobre isto:





          -  "Antes de irmos adiante, eu desejava perguntar-vos:  
- Qual é o vosso interesse fundamental e constante  na vida?
  Encarando a questão direta e honestamente, que responderíeis? Sabeis?





-  Vosso interesse fundamental e constante, não é a vossa própria pessoa?
- Pelo menos é isso o que diria a maioria de nós, se respondêssemos sinceramente.


O que me interessa são os meus problemas, meu emprego, minha família, o pequeno canto em que estou vivendo, a conquista de uma posição melhor para mim, mais prestígio, mais poderio, mais domínio sobre os outros, etc, etc...

      Penso que seria lógico reconhecermos para nós mesmos, que é nisso que está principalmente interessada a maioria de nós: primeiro, ‘eu’.

Diriam alguns que é mau estarmos interessados principalmente em nós mesmos. Mas que há de mau nisso senão o fato de o admitirmos tão raramente, decente e honestamente?
Se o fazemos, sentimo-nos um tanto envergonhados. Eis portanto o fato: cada um está fundamentalmente interessado em si próprio e, por várias razões, lógicas e tradicionais, pensa que isso é mau.

            Mas o que uma pessoa pensa é irrelevante. Porque introduzir esse fator – o pensar que isso é mau? Isso é uma ideia, um conceito. O fato é que, fundamentalmente, e perenemente, 
cada um está interessado em si próprio.

Direis que é mais satisfatório ajudar o próximo do que pensar em si mesmo.
Qual a diferença?
Isso continua  sendo interesse em si próprio. Se encontrais  maior satisfação em ajudar  aos outros, estais interessado numa coisa que vos proporciona uma satisfação maior.

Porque admitir qualquer conceito ideológico a esse respeito?  Porque essa maneira dupla de pensar?  Porque não dizer:  “o que realmente desejo é ‘satisfação’,  seja sexual,  seja ajudando aos outros ou tornando-me um grande santo, um grande cientista ou político?”

Trata-se do mesmo processo, não achais? Satisfação, de todas as maneiras,  sutis ou óbvias, é o que desejamos.

Dizendo que desejamos liberdade, desejamo-la porque nesse estado se encontra uma satisfação maravilhosa, e a satisfação máxima. Naturalmente  é essa peculiar ideia de auto-realização. O que na verdade estamos buscando é uma satisfação, sem nenhum vestígio de insatisfação.

A maioria de nós aspira à satisfação de ocupar uma certa posição na sociedade,   porque temos medo de ser ninguém.
 
A sociedade é formada de tal maneira, que um cidadão que ocupa uma posição respeitável  é tratado com toda cortesia, enquanto aquele que não tem posição é tratado a pontapés. 

Todos neste mundo desejam prestígio. Prestígio na sociedade, na família , ou à direita de Deus-pai, mas este prestígio tem de ser reconhecido por outros, pois do contrário, não será prestígio. Queremos estar sempre no palco.

Interiormente somos um poço de aflição e de malevolência, e, por conseguinte, ser olhado exteriormente como uma grande figura proporciona imensa satisfação. 

Esse anseio de   posição, de prestígio, de poder, de ser reconhecido pela sociedade como pessoa de destaque, representa uma vontade de dominar os outros, e essa vontade de domínio é uma forma de agressão. 

                O santo que busca posição em sua santidade é tão agressivo como as aves que se bicam numa gaiola.  E, qual a causa dessa agressividade?
- O medo, não?”

Referência Krishnamurti  - Liberte-se do passado


 EGOÍSMO-PRESTIGIO-TEMORES E MEDO TOTAL E
A CESSAÇÃO DO MEDO 
 veremos nos próximos lançamentos neste Blog. 
Aguarde.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fim da casa paterna

Este poema foi escrito por Carlos Drumond de Andrade, se 

referindo à época em que, bem novo, ele deveria deixar o lar 

para estudos num colégio. Tá aí como ele poemou seu

‘medo’. 

E olha que ele nunca passou por uma psicanálise...

Tenha um bom 

espelho.
Tereza, psicóloga


“Vou dobrar-me
À regra de viver,
Ser outro que não eu até agora
Musicalmente agasalhado
Na voz de minha mãe, que cura 

doenças
Escorado no bronze de meu pai,
Que afasta os raios.
Eu vou ser – talvez isso – apenas eu
Unicamente eu, a revelar-me
Na sozinha aventura em terra estranha?

... Agora, me retalha à canivete esta descoberta:
Eu não quero ser eu
Prefiro continuar sendo objeto de família.”