Vejamos o que
Khrisnamurti, este excelente pensador - nos
tem a alertar sobre isto:
- "Antes de irmos adiante, eu desejava
perguntar-vos:
- Qual é o vosso interesse fundamental e constante na vida?
Encarando a questão direta e honestamente, que responderíeis? Sabeis?
- Pelo menos é
isso o que diria a maioria de nós, se respondêssemos sinceramente.
O que me interessa são os
meus problemas, meu emprego, minha família, o pequeno canto em que estou
vivendo, a conquista de uma posição melhor para mim, mais prestígio, mais
poderio, mais domínio sobre os outros, etc, etc...
Penso que seria
lógico reconhecermos para nós mesmos, que é nisso que está principalmente
interessada a maioria de nós: primeiro,
‘eu’.
Diriam alguns que é mau estarmos interessados principalmente em nós
mesmos. Mas que há de mau nisso senão o fato de o admitirmos tão raramente,
decente e honestamente?
Se o fazemos,
sentimo-nos um tanto envergonhados. Eis portanto o fato: cada um está
fundamentalmente interessado em si próprio e, por várias razões, lógicas e
tradicionais, pensa que isso é mau.
Mas o que uma
pessoa pensa é irrelevante. Porque
introduzir esse fator – o pensar que isso é mau? Isso é uma ideia, um conceito.
O fato é que, fundamentalmente, e
perenemente,
cada um está interessado em si próprio.
Direis que é
mais satisfatório ajudar o próximo do que pensar em si mesmo.
Qual a diferença?
Isso
continua sendo interesse em si próprio.
Se encontrais maior satisfação em ajudar
aos outros, estais interessado numa
coisa que vos proporciona uma satisfação maior.
Porque admitir
qualquer conceito ideológico a esse respeito? Porque essa maneira dupla de pensar? Porque não dizer: “o que realmente desejo é ‘satisfação’, seja sexual,
seja ajudando aos outros ou tornando-me um grande santo, um grande cientista
ou político?”
Trata-se do
mesmo processo, não achais? Satisfação, de todas as maneiras, sutis ou óbvias, é o que desejamos.
Dizendo que desejamos liberdade, desejamo-la porque nesse estado se
encontra uma satisfação maravilhosa, e a satisfação máxima. Naturalmente é essa peculiar ideia de auto-realização. O
que na verdade estamos buscando é uma satisfação, sem nenhum vestígio de
insatisfação.
A maioria de nós
aspira à satisfação de ocupar uma certa posição na sociedade, porque temos medo de ser ninguém.
A sociedade é
formada de tal maneira, que um cidadão que ocupa uma posição respeitável é tratado com toda cortesia, enquanto aquele
que não tem posição é tratado a pontapés.
Todos neste
mundo desejam prestígio. Prestígio na sociedade, na família , ou à direita de
Deus-pai, mas este prestígio tem de ser reconhecido por outros, pois do
contrário, não será prestígio. Queremos estar sempre no palco.
Interiormente
somos um poço de aflição e de malevolência, e, por conseguinte, ser olhado
exteriormente como uma grande figura proporciona imensa satisfação.
Esse anseio
de posição, de prestígio, de poder, de
ser reconhecido pela sociedade como pessoa de destaque, representa uma vontade
de dominar os outros, e essa vontade de domínio é uma forma de agressão.
O santo que busca posição em sua santidade é tão agressivo como as aves que se bicam numa
gaiola. E, qual a causa dessa
agressividade?
- O medo, não?”
Referência
Krishnamurti - Liberte-se do passado
EGOÍSMO-PRESTIGIO-TEMORES
E MEDO TOTAL E
A CESSAÇÃO DO MEDO
veremos nos próximos lançamentos neste Blog.
Aguarde.