terça-feira, 8 de outubro de 2013

A vida é de graça. As relações são aprendidas.

"Não destes nada a este mundo,
não trouxestes nada contigo.

    Qualquer coisa que possuas
      recebestes aqui."


Viemos ao mundo de graça: 



Vida, traços herdados, cuidados de outrem, e até somos ‘sua magestade o bebê’ durante algum tempo. Nesta fase, minha mãe e eu somos um mesmo ser. 







Mas
a vida nos reserva a surpresa de que não somos o centro do mundo.



Se existe outra pessoa – nossa mãe - e se ela é ela - então somos separados. Ela é ela e eu sou eu.
Que dor, saber disto!   

Ela é nosso primeiro  ‘tu’ - que depois se transfere para o outro com que nos relacionamos quando estamos a dois.


– Além do ‘tu’   eu bebê, descubro que  existe outra pessoa:  o pai  ou substituto,  - e que eles,  papai e a mamãe tem uma relação que independe da minha, da qual eu não sou parte. É o nosso primeiro 'ele'.  
Que grande e dolorosa surprêsa !



 
Como se não bastasse, então descubro que  existem muitas e muitas pessoas,formando o ‘Nós’.
De fato - Não sou mesmo o centro do mundo !


Aí vem minha tarefa -   

Para  me descobrir como pessoa devo aprender a me relacionar: 


- Bem relacionar comigo mesmo,
- a dois, 
- e com o grupo humano. 
Se isto realizo, estarei confortável nesta minha vida: 
Inserido e agradecido pelo Universo como um todo, pela minha e pela existência em si.




Só então conquisto  meu novo  ‘Eu’ válido e verdadeiro.






Não mais de graça. Mas por merecimento.

É preciso esforço, saindo de si para o outro e voltando a si,


           já que a vida é vida de Relações.




Referência:
Moreno o criador da psicoterapia psicodramática: o Psicodrama a terapia que faz teatro.


tereza, psicóloga Transpessoal e Psicodramatista


3 comentários:

  1. ...A graça de me encontrar
    num outro
    que me oferece um Eu
    no seu olhar...

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  2. Certo dia, curtindo férias em Búzios, sentei-me de frente ao mar, já era finalzinho da tarde, crepúsculo. Observei meus pés fincados na areia e fui levando gradativamente minha visão em direção ao mar e ao horizonte magnífico. Senti uma interação muito forte com tudo ao meu redor, uma sensação de plenitude, prazer de viver, permitir meu "eu" se fundir no todo e o todo fazer parte do meu "eu".......

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  3. sou muito dependente das relações.
    Mas sei lidar bem que os momentos de solidão. De estar só pra refletir pra interagir comigo e com meus segredos e aflições e contentamentos.
    Outro dia escutando uma palestra entendi que nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos, mas no meio do caminho entrelaçamos em relações afetivas, profissionais, aquelas que são meros esbarrões e a graça da coisa está aí, neste fundir, neste encontro, com nosso Eu e com os nós. Adorei seu post. Ansiosa pelo seguinte, afinal temos uma relação e seu divã eu me encontro.

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